O cuidador/familiar é um membro integrante da equipe da reabilitação da linguagem/comunicação de um indivíduo com distúrbio de linguagem, e precisa entender a natureza do problema, além de estar comprometido a resolver dilemas existentes. O fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional orienta e treina o cuidador/familiar a estimular a comunicação do cliente e fazer modificações no ambiente para facilitar a rotina comunicativa.
Algumas intervenções indiretas em termos da linguagem, ações que organizem o ambiente são consideradas bastante relevantes. O indivíduo deve manter uma rotina usual mesmo quando não sai de casa e o cuidador/familiar pode auxiliar na adaptação de algumas atividades que sejam prazerosas e que envolvam comunicação, contanto que sejam exequíveis, como:
- Ligações para familiares que moram em outro domicílio;
- Ouvir músicas;
- Fazer pratos culinários;
- Cuidar de animais de estimação;
- Cuidar do jardim;
- Ler trechos de livros, jornais e revistas;
- Organizar fotos da família.
Mesmo para indivíduos com dificuldades de emissão oral, é importante que possam ser estimulados a escolherem os alimentos que irão consumir, roupas para vestir e, assim, manter a maior autonomia possível.
O cuidador/familiar deve fornecer qualquer suporte necessário para permitir aos pacientes fazerem escolhas adequadas. Apesar de não ter ligação direta com a comunicação, a prática de atividades físicas adequadas também estimula a atividade cerebral e, assim, tem efeito positivo em aspectos emocionais e de comportamento.
Orientações para facilitar a comunicação, voltadas ao interlocutor do indivíduo com demência
1. Usar frases curtas e simples;
2. Falar devagar;
3. Fazer uma pergunta ou dar uma ordem por vez;
4. Chegar perto dele devagar e pela frente, ou usar o toque pra chamá-lo;
5. Falar de frente, mantendo contato de olho com ele, sempre que possível;
6. Tirar barulhos que possam distrair a atenção dele;
7. Evitar interromper a fala dele;
8. Repetir o que ele não entendeu usando as mesmas palavras;
9. Repetir o que ele não entendeu usando outras palavras;
10. Ajudá-lo a lembrar de uma palavra, pedindo que ele fale sobre o que está querendo lembrar ;
11. Usar gestos e expressões faciais relacionadas com o que se diz;
12. Usar entonação de fala relacionada com o que se diz;
13. Continue o mesmo tópico de conversação pelo maior tempo possível e introduza mudanças no tópico para preparar o paciente para a troca;
13. Se estiver com dificuldade de entender o que ele está dizendo, repetir o que acha que ele quer falar, perguntando a ele se foi o que ele quis dizer;
14. Tentar entender o que ele está querendo interpretando o comportamento dele;
15. Deixar o ambiente claro enquanto fala com ele;
16. Usar situações do dia-a-dia associadas à hora (ex.: em vez de dizer vamos sair de manhã, diz vamos sair depois do café-da manhã);
17. Usar objetos, fotografias e escrita para auxiliar a compreensão;
18. Estruture as perguntas para que elas apresentem ao paciente uma resposta simples, como, por exemplo, “sim – não“ e forneça no máximo duas opções de cada vez. Também é importante oferecer opções que sejam atrativas para o paciente para incentivar a interação;
19. Comece conversas com tópicos agradáveis e cotidianos e mantenha a troca de ideias o máximo possível. Faça perguntas que o paciente achará fácil de entender e responder e dê-lhes dicas caso precise de ajuda para encontrar a resposta;
20. Use frases curtas, simples e diretas. Pronomes como ela, ele, eles, entre outros, devem ser evitados, pois podem causar confusão e nomes próprios devem ser usados sempre que possível para manter o conteúdo claro. Sinais manuais, imagens e expressões faciais podem ser usados para reforçar o significado.
Qualquer dúvida procure um profissional especializado em linguagem com pacientes adultos com déficit de cognição e linguagem.
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